De minhas mãos fugias,
como o ouro dos bandidos,
condenado da forca,
cabelo do pente.
Suave era esse cabelo dourado
acabado de pentear,
tapete de voos intemporais,
mil noites para conquistar.
Perdi-me nessa cidade de ouro
que me enterrava os pés
que eu abarcava com os dedos,
amarrados da raiz às pontas.
Era amor o movimento,
vai e vém do vento quente
que soprava vindo da terra
do nada que tudo encerra.
E esse vento amante,
que te moldava as dunas,
levou-te a construir castelos
para outra praia longe da minha mão.
Se minhas mãos fossem uma caneta, jamais secariam.
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