De minhas mãos fugias,
como o ouro dos bandidos,
condenado da forca,
cabelo do pente.
Suave era esse cabelo dourado
acabado de pentear,
tapete de voos intemporais,
mil noites para conquistar.
Perdi-me nessa cidade de ouro
que me enterrava os pés
que eu abarcava com os dedos,
amarrados da raiz às pontas.
Era amor o movimento,
vai e vém do vento quente
que soprava vindo da terra
do nada que tudo encerra.
E esse vento amante,
que te moldava as dunas,
levou-te a construir castelos
para outra praia longe da minha mão.
Escrevo porque não sei dizê-lo de outra maneira, porque acredito no belo e que as minhas palavras saem de mim em salto alto prontas para dançar, para em encherem o copo seduzirem, atirando frases feitas para a cama. até que nú... escrevem-se a elas prórpias no que não sei expressar sem ser com letras... E digo que escrevo e espero que me cresçam uns lábios carnudos no peito e seja saliva o que corre no coração. escrevo até ao dia em que já fale.
Comments