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Cabelos de areia

De minhas mãos fugias,
como o ouro dos bandidos,
condenado da forca,
cabelo do pente.

Suave era esse cabelo dourado
acabado de pentear,
tapete de voos intemporais,
mil noites para conquistar.

Perdi-me nessa cidade de ouro
que me enterrava os pés
que eu abarcava com os dedos,
amarrados da raiz às pontas.

Era amor o movimento,
vai e vém do vento quente
que soprava vindo da terra
do nada que tudo encerra.

E esse vento amante,
que te moldava as dunas,
levou-te a construir castelos
para outra praia longe da minha mão.

Comments

Atelier Xina said…
Muito bonito

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Quando morrem?

mata-se.. A sede bebendo. A fome comendo. A ignorância vivendo. A vida temendo. O amor querendo. A solidão existindo. um Homem isolando. A fé desligando. E as palavras quando morrem?

Escrevo

Escrevo  porque não sei dizê-lo de outra maneira, porque acredito no belo e que as minhas palavras saem de mim em salto alto prontas para dançar, para em encherem o copo seduzirem, atirando frases feitas para a cama. até que nú... escrevem-se a elas prórpias no que não sei expressar sem ser com letras... E digo que escrevo e espero que me cresçam uns lábios carnudos no peito e seja saliva o que corre no coração. escrevo até ao dia em que já fale.

Pátria

O que nos une são apenas linhas, e uma língua que não morre, neste povo mais velho que a terra, Que Existe vai para além de Deus. O que nos une, não encontra definição, saudoso vai e vem das marés distantes. letargia de acreditar sem saber o porquê, ou remota crença de olhar e ver no nevoeiro. Aquela, esta pátria ainda não o é, está à espera de o ser, no ventre da mãe, mordendo a memória das palavras alimentando-se de páginas navegadas de pó. Não viveremos as horas suficientes de uma vida para ver arrancadas do peito as balas disparada contras os pés que conscientemente se alojaram na ideia de nação.