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Showing posts from April, 2010

Bola

sou bola contra a parede, atirada pelo coração parede, chão, parede, chão, voa bola coração para a mão, parede para a mão. voa bola e acerta-me no coração chão para a mão. voa bola esvazia-me o ar parede no coração. parede, chão, parede, chão sou bola contra a parede, esvazia-me o coração. sou bola vazia, sem parede no coração para acertar vinda do chão.

Beleza

Desumano medir a tua beleza, com a régua que me molda o bolso canhoto do corpo, trançando numa linha os centímetros que existem entre nós. A medida do que é belo, as tuas linhas, a lápis desafiado, desenhei-as hoje no céu matinal reais como obras da renascença. Sem métrica quantificante, regras que definem a escala o brilho que nos invade as pálpebras, é areia movediça num abraço. Mesmo que criem o vazio entre céu e mar, e enumerem sem erro o desígnio estrelar, deixem cair a teorização do encanto, congelem-me, e deixem-me mais tarde acordar.