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Carnaval

Por entre facas e garfos
E serpentinas de sereias,
Voam bolas de sabão
dançam entretidos palhaços

Oiçam os cordas a chamar....

Há abraços a voar
E braços a esbracejar,
Pernas lentas a rebolar
em beijos eternos gelados.

Agora são flautas a sussurar...

Cada voz perfila-se
Mutila-se e suspende-se
Qual multidão premente
Prestes a silenciar a rebelião

Tambores a marchar, a zumbar...

Desfilam homens assexuados,
Mulheres nuas na intimidade,
Sem o espelho do preconceito
Do público embriagado.

Estalam copos e garrafas...

Este é o Carnaval das gentes,
a alegria utópica do povo,
A soma de químicos e sorrisos,
que disfarçam o quotidiano.

As sombras dos fatos devolvem a noite ao céu...

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Quando morrem?

mata-se.. A sede bebendo. A fome comendo. A ignorância vivendo. A vida temendo. O amor querendo. A solidão existindo. um Homem isolando. A fé desligando. E as palavras quando morrem?

Escrevo

Escrevo  porque não sei dizê-lo de outra maneira, porque acredito no belo e que as minhas palavras saem de mim em salto alto prontas para dançar, para em encherem o copo seduzirem, atirando frases feitas para a cama. até que nú... escrevem-se a elas prórpias no que não sei expressar sem ser com letras... E digo que escrevo e espero que me cresçam uns lábios carnudos no peito e seja saliva o que corre no coração. escrevo até ao dia em que já fale.

Sapatos

Ontem mandei meus sapatos Ao mar... Para ver se nele conseguia Andar... Mas qual foi a certeza Ao ver... Que sem eles eu me Afogava...