Skip to main content

Jardim

Não é este o jardim
que me prometeste...

penso no esboço elaborado,
rascunhado a mãos barrentas,
e sobram pequenas cinzas,
e raizes apodrecidas.

Prometeste-me flores,
imitadas no cheiro,
plasticas às cores,
imperceptíveis ao toque,

Maleáveis à chuva,
invisíveis às pegadas mortais
dos indesejáveis amantes
de petálas murchas.

Porque falhou o plano,
terreno, pouco imortal,
divino e muito carnal,
escrito em papel vegetal?

Será do fertilizante,
da míngua de sol, humidade
relativa, subjectiva,
ou do terreno perene?

Não é o jardim, não.
nem quintal, ou parcela,
e a promessa ficou-se
por relva em decomposição.

Comments

Popular posts from this blog

Quando morrem?

mata-se.. A sede bebendo. A fome comendo. A ignorância vivendo. A vida temendo. O amor querendo. A solidão existindo. um Homem isolando. A fé desligando. E as palavras quando morrem?

Escrevo

Escrevo  porque não sei dizê-lo de outra maneira, porque acredito no belo e que as minhas palavras saem de mim em salto alto prontas para dançar, para em encherem o copo seduzirem, atirando frases feitas para a cama. até que nú... escrevem-se a elas prórpias no que não sei expressar sem ser com letras... E digo que escrevo e espero que me cresçam uns lábios carnudos no peito e seja saliva o que corre no coração. escrevo até ao dia em que já fale.

Sapatos

Ontem mandei meus sapatos Ao mar... Para ver se nele conseguia Andar... Mas qual foi a certeza Ao ver... Que sem eles eu me Afogava...