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Fala

Na língua que conhecemos
Falo-te em uníssono
para nunca em mim acreditares.

Falo muito,
demasiado para certos ouvidos,
mas aos teus peço que se destapem
sempre que afastar as cortinas do teu cabelo,
e respirando o cheiro que vem da janela,
junto a eles começar a soletrar

algo que se resume a palavras,
que são expelidas da boca
como a tinta foge da caneta
na busca de procriar frases legíveis
recitáveis na hora da carne.

na nossa forma de falarmos,
na invisibilidade dos sons que criamos,
não existimos para o exterior...
e chegamos a sair de nós
se nos despimos mudos no céu da boca.

Desta língua que tantas vezes mordo,
saem falácias, falésias, mentiras e pinturas,
e antes que sangre, fecha-me a boca e beija-me.

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Escrevo

Escrevo  porque não sei dizê-lo de outra maneira, porque acredito no belo e que as minhas palavras saem de mim em salto alto prontas para dançar, para em encherem o copo seduzirem, atirando frases feitas para a cama. até que nú... escrevem-se a elas prórpias no que não sei expressar sem ser com letras... E digo que escrevo e espero que me cresçam uns lábios carnudos no peito e seja saliva o que corre no coração. escrevo até ao dia em que já fale.

Quando morrem?

mata-se.. A sede bebendo. A fome comendo. A ignorância vivendo. A vida temendo. O amor querendo. A solidão existindo. um Homem isolando. A fé desligando. E as palavras quando morrem?

Pátria

O que nos une são apenas linhas, e uma língua que não morre, neste povo mais velho que a terra, Que Existe vai para além de Deus. O que nos une, não encontra definição, saudoso vai e vem das marés distantes. letargia de acreditar sem saber o porquê, ou remota crença de olhar e ver no nevoeiro. Aquela, esta pátria ainda não o é, está à espera de o ser, no ventre da mãe, mordendo a memória das palavras alimentando-se de páginas navegadas de pó. Não viveremos as horas suficientes de uma vida para ver arrancadas do peito as balas disparada contras os pés que conscientemente se alojaram na ideia de nação.