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Ensinamento

por mim...
ensina-me a tua verdade
a que não vem nos livros,
que conheces sem saber ler.

por nós..
ensina-me a ler os lábios do mar,
na rebentação das palavras contra os soldados
que dão o peito às balas sós.

e por eles...
ensina-me a escrever numa tempestade de areia,
a manter os nossos pés cravados,
para que não se apaguem as lapides esculpidas pelo vazar da maré.

por ti...
ensina-me a manter a gravidade horizontal das coisas,
em especial a voz das gaivotas
que nos levam bem mais longe que nós.

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Escrevo

Escrevo  porque não sei dizê-lo de outra maneira, porque acredito no belo e que as minhas palavras saem de mim em salto alto prontas para dançar, para em encherem o copo seduzirem, atirando frases feitas para a cama. até que nú... escrevem-se a elas prórpias no que não sei expressar sem ser com letras... E digo que escrevo e espero que me cresçam uns lábios carnudos no peito e seja saliva o que corre no coração. escrevo até ao dia em que já fale.

Quando morrem?

mata-se.. A sede bebendo. A fome comendo. A ignorância vivendo. A vida temendo. O amor querendo. A solidão existindo. um Homem isolando. A fé desligando. E as palavras quando morrem?

Pátria

O que nos une são apenas linhas, e uma língua que não morre, neste povo mais velho que a terra, Que Existe vai para além de Deus. O que nos une, não encontra definição, saudoso vai e vem das marés distantes. letargia de acreditar sem saber o porquê, ou remota crença de olhar e ver no nevoeiro. Aquela, esta pátria ainda não o é, está à espera de o ser, no ventre da mãe, mordendo a memória das palavras alimentando-se de páginas navegadas de pó. Não viveremos as horas suficientes de uma vida para ver arrancadas do peito as balas disparada contras os pés que conscientemente se alojaram na ideia de nação.