Skip to main content

Fome

Dá-me a fome,
e repito, amordaçando a saliva
até engolir meia palavra.
...
Meio pão seco,
e cresce-me um deserto na boca.
mesmo agora que te comi...

Nasce-me uma secura galopante,
de te saborear o peito pela raiz
e sobreviver do teu leite.

Tenho-te fome,
fecho as cortinas do olhos
e sou só apetite.

Morde-me e dá-me de comer,
à boca, mastiga-me
e reduz-me a matéria...

Se sobrarem migalhas
solta-as aos pombos,
que alguém se alimente de mim.

Comments

Popular posts from this blog

Quando morrem?

mata-se.. A sede bebendo. A fome comendo. A ignorância vivendo. A vida temendo. O amor querendo. A solidão existindo. um Homem isolando. A fé desligando. E as palavras quando morrem?

Escrevo

Escrevo  porque não sei dizê-lo de outra maneira, porque acredito no belo e que as minhas palavras saem de mim em salto alto prontas para dançar, para em encherem o copo seduzirem, atirando frases feitas para a cama. até que nú... escrevem-se a elas prórpias no que não sei expressar sem ser com letras... E digo que escrevo e espero que me cresçam uns lábios carnudos no peito e seja saliva o que corre no coração. escrevo até ao dia em que já fale.

Sapatos

Ontem mandei meus sapatos Ao mar... Para ver se nele conseguia Andar... Mas qual foi a certeza Ao ver... Que sem eles eu me Afogava...