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4x7=Escola

Não me leves à escola,
Onde não me conhecias,
Estrangeiro, ausente.

Sabia pelas manhãs a que horas o sol
Te cumprimentava, e em que minuto
Se despedia de ti, pelo portão sem retorno.

Anotava todos os teus passos
Para logo os repetir, rotineiramente,
Calcando-os, tropeçando em ti.

Não me vias, nunca me viste,
Mas também o sol só vê ao longe a lua
E por isso mesmo são amantes.

Não me lembres a sala de aula
Onde de costas memorizava o teu rosto,
E as letras do teu sorriso.

Mordi em silêncio a tua voz,
E a cor de especiaria do teu cabelo,
Que cheirava no vento aos passares.

Agora já olhavas para mim
E não me conhecias, era eu castelo,
E tu Rainha de reino distante.

Eras estrela de constelação inabitada,
Guia da minha missão, norte do meu sentir,
Nascimento de vida em mim.

Não me leves a lado algum...
Fecha a porta e não deixes o tempo entrar,
Está frio lá fora no mundo.

Deixa-me esquecer contigo, até ao dia
Em que voltar à escola, à sala de aula,
Onde para te ver terei que sonhar.

Comments

Atelier Xina said…
Gostei ...

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Quando morrem?

mata-se.. A sede bebendo. A fome comendo. A ignorância vivendo. A vida temendo. O amor querendo. A solidão existindo. um Homem isolando. A fé desligando. E as palavras quando morrem?

Escrevo

Escrevo  porque não sei dizê-lo de outra maneira, porque acredito no belo e que as minhas palavras saem de mim em salto alto prontas para dançar, para em encherem o copo seduzirem, atirando frases feitas para a cama. até que nú... escrevem-se a elas prórpias no que não sei expressar sem ser com letras... E digo que escrevo e espero que me cresçam uns lábios carnudos no peito e seja saliva o que corre no coração. escrevo até ao dia em que já fale.

Pátria

O que nos une são apenas linhas, e uma língua que não morre, neste povo mais velho que a terra, Que Existe vai para além de Deus. O que nos une, não encontra definição, saudoso vai e vem das marés distantes. letargia de acreditar sem saber o porquê, ou remota crença de olhar e ver no nevoeiro. Aquela, esta pátria ainda não o é, está à espera de o ser, no ventre da mãe, mordendo a memória das palavras alimentando-se de páginas navegadas de pó. Não viveremos as horas suficientes de uma vida para ver arrancadas do peito as balas disparada contras os pés que conscientemente se alojaram na ideia de nação.