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Gaivota

Disse-me uma gaivota um dia
"sabes a mar"
Como? se nem sei nadar?
Se para mim o mar
é saudade infinita,
é mulher amante
que só tenho quando ela
me quer dentro dela?

Disse-me uma gaivota um dia
"és um peixe"
Como se deixei a pele para trás
se as escamas são hoje calvície,
e se respirar dentro de mim
é tão difícil como sereia
ter pés para andar?

Perguntou-me uma gaivota um dia
"És o quê no mundo?"
Sou mar infinito a morrer de saudades
da amante que tem dentro dele,
sereia com tranças de escamas
em corpo de peixe que respira
quando beija com seu pé o mar.

Comments

Soph said…
LINDÍSSIMO! :)
Pinheiro Luis said…
Obrigado!! Lisonjeado

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Quando morrem?

mata-se.. A sede bebendo. A fome comendo. A ignorância vivendo. A vida temendo. O amor querendo. A solidão existindo. um Homem isolando. A fé desligando. E as palavras quando morrem?

Escrevo

Escrevo  porque não sei dizê-lo de outra maneira, porque acredito no belo e que as minhas palavras saem de mim em salto alto prontas para dançar, para em encherem o copo seduzirem, atirando frases feitas para a cama. até que nú... escrevem-se a elas prórpias no que não sei expressar sem ser com letras... E digo que escrevo e espero que me cresçam uns lábios carnudos no peito e seja saliva o que corre no coração. escrevo até ao dia em que já fale.

Sapatos

Ontem mandei meus sapatos Ao mar... Para ver se nele conseguia Andar... Mas qual foi a certeza Ao ver... Que sem eles eu me Afogava...