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Viagem

De ti agora quero silêncio,
E escutar os carris velhos,
A avançar pela cidade
Até sermos engolidos pelos carros.

Digo-te, que este comboio é velho
Porque já existia antes de nos amarmos,
E por isso morrerá antes da nossa vez chegar,
No fim da linha bem mais fina que esta.

Dizes-me, "esta viagem é bem mais curta",
Mas não te pedi restrições
Aos sonhos de transmutar rodar em penas,
E fugirmos daqui à velocidade do vapor.

Não me evoques sentenças executadas,
Juras de amor nunca quebradas,
Viagens ao centro da terra,
Ao interior da selva de nós.

Estamos quase a chegar,
Esta ausência de som que quero,
É impossível de calar,
Inevitavelmente da pele sai-me o falar.

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Escrevo

Escrevo  porque não sei dizê-lo de outra maneira, porque acredito no belo e que as minhas palavras saem de mim em salto alto prontas para dançar, para em encherem o copo seduzirem, atirando frases feitas para a cama. até que nú... escrevem-se a elas prórpias no que não sei expressar sem ser com letras... E digo que escrevo e espero que me cresçam uns lábios carnudos no peito e seja saliva o que corre no coração. escrevo até ao dia em que já fale.

Quando morrem?

mata-se.. A sede bebendo. A fome comendo. A ignorância vivendo. A vida temendo. O amor querendo. A solidão existindo. um Homem isolando. A fé desligando. E as palavras quando morrem?

Pátria

O que nos une são apenas linhas, e uma língua que não morre, neste povo mais velho que a terra, Que Existe vai para além de Deus. O que nos une, não encontra definição, saudoso vai e vem das marés distantes. letargia de acreditar sem saber o porquê, ou remota crença de olhar e ver no nevoeiro. Aquela, esta pátria ainda não o é, está à espera de o ser, no ventre da mãe, mordendo a memória das palavras alimentando-se de páginas navegadas de pó. Não viveremos as horas suficientes de uma vida para ver arrancadas do peito as balas disparada contras os pés que conscientemente se alojaram na ideia de nação.