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Chuva a galope

a chuva que caia ontem,
cavalos soltos do céu,
molhou-me a terra ,
desenhou pegadas em mim.

Embalada pelo vento
A chuva tinha crina longa,
relinchava às luzes da rua,
galopando contra o chão.

Queria eu pegar em cada gota
pelo freio e sentir-me livre
como a chuva é de cair,
e de nos inundar a casa.

mas para que serve a liberdade,
quando nos leva a corrente,
e deixamos de respirar
o ar que embalou ontem a água?

A chuva não me entrou em casa,
e fui muito menos livre,
que os cavalos que galoparam
a noite inteira.

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