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Nudez

a tua nudez
fere-me a pele como arma
disparada às cegas,

nudez afiada nas ancas
que me cortam a pele
enleado entre elas.

Deixas cair a roupa,
as muralhas do castelo em pó.
Ombros que se destapam
Arqueiros a sucumbir,
Peitos descobertos,
em feridas de coração expostas
Perfil de linhas planas
Com elevações para precipício.
Formas escondidas
que se revelam no escuro
Frio em calor de corpo
Trémulo e desejoso de cair.

Pego ao colo o peso,
o corpo que deixará de ser
estende-se na cama o nú
que deixará entrar a felicidade.

A tua nudez cura-me
dos males do mundo
da incerteza da vida
e acrescenta-me uns dias ao calendário.

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