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Nudez

a tua nudez
fere-me a pele como arma
disparada às cegas,

nudez afiada nas ancas
que me cortam a pele
enleado entre elas.

Deixas cair a roupa,
as muralhas do castelo em pó.
Ombros que se destapam
Arqueiros a sucumbir,
Peitos descobertos,
em feridas de coração expostas
Perfil de linhas planas
Com elevações para precipício.
Formas escondidas
que se revelam no escuro
Frio em calor de corpo
Trémulo e desejoso de cair.

Pego ao colo o peso,
o corpo que deixará de ser
estende-se na cama o nú
que deixará entrar a felicidade.

A tua nudez cura-me
dos males do mundo
da incerteza da vida
e acrescenta-me uns dias ao calendário.

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Quando morrem?

mata-se.. A sede bebendo. A fome comendo. A ignorância vivendo. A vida temendo. O amor querendo. A solidão existindo. um Homem isolando. A fé desligando. E as palavras quando morrem?

Escrevo

Escrevo  porque não sei dizê-lo de outra maneira, porque acredito no belo e que as minhas palavras saem de mim em salto alto prontas para dançar, para em encherem o copo seduzirem, atirando frases feitas para a cama. até que nú... escrevem-se a elas prórpias no que não sei expressar sem ser com letras... E digo que escrevo e espero que me cresçam uns lábios carnudos no peito e seja saliva o que corre no coração. escrevo até ao dia em que já fale.

Pátria

O que nos une são apenas linhas, e uma língua que não morre, neste povo mais velho que a terra, Que Existe vai para além de Deus. O que nos une, não encontra definição, saudoso vai e vem das marés distantes. letargia de acreditar sem saber o porquê, ou remota crença de olhar e ver no nevoeiro. Aquela, esta pátria ainda não o é, está à espera de o ser, no ventre da mãe, mordendo a memória das palavras alimentando-se de páginas navegadas de pó. Não viveremos as horas suficientes de uma vida para ver arrancadas do peito as balas disparada contras os pés que conscientemente se alojaram na ideia de nação.