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Depois de TI

Apetece-me cair,

Cair, para me levantar.

Comer pó

Para o detestar.


Rasgar a carne das mãos,

Esfregá-las de dor,

E perder a consciência

Num lento esquecimento.

Tentarei sonhar,

Depois do acordar.

Sonhar com tudo

Enquanto andar.


Correr a mente

Sentado num jardim.

Perceber o porquê

De me estar a rir.


Quero-me beijar…

E nos lábios do mar,

Sentir na saliva de espuma

A língua a amargar-me.


Não…Darei a uma mulher

Pedra em flor,

Em cheio nos olhos

Em troca do coração.


Que lavarei com a chuva

Que me cai no corpo,

E que me rega as costas

Por entre a roupa seca.


Apetece-me fugir

Para me encontrar contigo

Talvez à noite,

Ou num dos dias do mês.


Prometo agarrar o tempo,

Para o deixar partir

Nas horas que mais

Custam a passar….


O silêncio

Que me fará

Sempre,

Depois de ti falar.

Comments

gisela said…
sinto-me assim tantas vezes... uma melancolia de quem nos deixou... adorei o poema,é lindo

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Escrevo

Escrevo  porque não sei dizê-lo de outra maneira, porque acredito no belo e que as minhas palavras saem de mim em salto alto prontas para dançar, para em encherem o copo seduzirem, atirando frases feitas para a cama. até que nú... escrevem-se a elas prórpias no que não sei expressar sem ser com letras... E digo que escrevo e espero que me cresçam uns lábios carnudos no peito e seja saliva o que corre no coração. escrevo até ao dia em que já fale.

Quando morrem?

mata-se.. A sede bebendo. A fome comendo. A ignorância vivendo. A vida temendo. O amor querendo. A solidão existindo. um Homem isolando. A fé desligando. E as palavras quando morrem?

Pátria

O que nos une são apenas linhas, e uma língua que não morre, neste povo mais velho que a terra, Que Existe vai para além de Deus. O que nos une, não encontra definição, saudoso vai e vem das marés distantes. letargia de acreditar sem saber o porquê, ou remota crença de olhar e ver no nevoeiro. Aquela, esta pátria ainda não o é, está à espera de o ser, no ventre da mãe, mordendo a memória das palavras alimentando-se de páginas navegadas de pó. Não viveremos as horas suficientes de uma vida para ver arrancadas do peito as balas disparada contras os pés que conscientemente se alojaram na ideia de nação.