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Showing posts from September, 2008

Sol Quente

Sol quente que nas costas bates, torna-te supremo, no coração dos esquecidos, que te adorariam como ouro. Sol que talhas o caminho, e queimas as mãos dadas, retira o oxigénio ao silêncio nocturno das forças. Sol da minha vida, criação mais sublime, não mates os da minha espécie, deixai-os sonhar ao acordar. Dando-lhes a faculdade de acreditar, mesmo em dia de chão nubloso, ou de chuva que lhes dissolva a vontade de te receber de manhã.

Silêncio Postumo

A beleza de uma música... é o silêncio perpetuo, entre a morte de uma melodia e o seu renascimento noutro corpo. É momento esmagador, parede contra parede, a reduzir o coração, a um bater... Constante de asas em evasão. Parece terra engolida em seco, ou pele lavada em enxurrada, de sismos sensoriais, que cremos que nos pertencem. A beleza é que... nada é nosso a não ser o silêncio.

Pensar

Pensar cansa, e como tenho pensado... ! Talvez por isso esteja tão cansado. Pensar rouba-me horas irrecuperáveis, e chego a pensar que por isso não vivo. Pensar entristece, e ando triste de querer pensar. Ando sozinho, cada vez que penso E mais sozinho estou quando o deixo a pensar. Pensar aproxima-nos da unidade, com a morte a ficar mais perto, e assumo num pensar para dentro , que será essa a razão do nascimento. Sei que cada pensamento é um divagar do relógio que não para de girar, e não tarda estou certo... Deste pensamento nada restará.

Diferente

Somar à minoria, Ser zero à esquerda, última casa decimal. Reescrever o resultado final, o conjunto, ou as partes. Ser apenas desigual. Dividir entre extremos Sem nunca desenhar um centro, ou interceptar paralelas. Fazer a diferença, sendo apenas diferente.