Disse-me uma gaivota um dia "sabes a mar" Como? se nem sei nadar? Se para mim o mar é saudade infinita, é mulher amante que só tenho quando ela me quer dentro dela? Disse-me uma gaivota um dia "és um peixe" Como se deixei a pele para trás se as escamas são hoje calvície, e se respirar dentro de mim é tão difícil como sereia ter pés para andar? Perguntou-me uma gaivota um dia "És o quê no mundo?" Sou mar infinito a morrer de saudades da amante que tem dentro dele, sereia com tranças de escamas em corpo de peixe que respira quando beija com seu pé o mar.
Se minhas mãos fossem uma caneta, jamais secariam.