De ti agora quero silêncio, E escutar os carris velhos, A avançar pela cidade Até sermos engolidos pelos carros. Digo-te, que este comboio é velho Porque já existia antes de nos amarmos, E por isso morrerá antes da nossa vez chegar, No fim da linha bem mais fina que esta. Dizes-me, "esta viagem é bem mais curta", Mas não te pedi restrições Aos sonhos de transmutar rodar em penas, E fugirmos daqui à velocidade do vapor. Não me evoques sentenças executadas, Juras de amor nunca quebradas, Viagens ao centro da terra, Ao interior da selva de nós. Estamos quase a chegar, Esta ausência de som que quero, É impossível de calar, Inevitavelmente da pele sai-me o falar.
Se minhas mãos fossem uma caneta, jamais secariam.