a chuva que caia ontem, cavalos soltos do céu, molhou-me a terra , desenhou pegadas em mim. Embalada pelo vento A chuva tinha crina longa, relinchava às luzes da rua, galopando contra o chão. Queria eu pegar em cada gota pelo freio e sentir-me livre como a chuva é de cair, e de nos inundar a casa. mas para que serve a liberdade, quando nos leva a corrente, e deixamos de respirar o ar que embalou ontem a água? A chuva não me entrou em casa, e fui muito menos livre, que os cavalos que galoparam a noite inteira.
Se minhas mãos fossem uma caneta, jamais secariam.