tenho saudades tuas desde que partiste, fechaste a porta e saiste por onde havias entrado. Dizem-me os vizinhos que ainda moras comigo. Que sabem eles da nossa casa da nossa cama e sofá?? De nós sabem apenas, o gato da vizinha que nos ouvia, à janela antes de cair no esquecimento do sono. e o cão vadio da rua que coxo andava pela calçada como nós falávamos um para o outro pedra contra pedra, chão contra chão. Tenho tantas saudades de ti, da tua voz suada no verão, do gelo do teu beijo invernoso, e do sabor a café dos teus olhos, tristes, cansados de me amarem enquanto subia colinas descontentes, rio de euforia perene, cascatas que me engoliam vivo. Perdi-te porque sou nervo, sou carne e osso, e porque conheces o quanto te quero, mesmo quando o nego...
Se minhas mãos fossem uma caneta, jamais secariam.