Apetece-me cair, Cair, para me levantar. Comer pó Para o detestar. Rasgar a carne das mãos, Esfregá-las de dor, E perder a consciência Num lento esquecimento. Tentarei sonhar, Depois do acordar. Sonhar com tudo Enquanto andar. Correr a mente Sentado num jardim. Perceber o porquê De me estar a rir. Quero-me beijar… E nos lábios do mar, Sentir na saliva de espuma A língua a amargar-me. Não…Darei a uma mulher Pedra em flor, Em cheio nos olhos Em troca do coração. Que lavarei com a chuva Que me cai no corpo, E que me rega as costas Por entre a roupa seca. Apetece-me fugir Para me encontrar contigo Talvez à noite, Ou num dos dias do mês. Prometo agarrar o tempo, Para o deixar partir Nas horas que mais Custam a passar…. O silêncio Que me fará Sempre, Depois de ti falar.
Se minhas mãos fossem uma caneta, jamais secariam.