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Showing posts from April, 2007

Ao amigo

Sabes quantas gotas de sangue Tens nas tuas veias, E quantas lágrimas tingiste? És a crença destrutiva E a inércia dos pulsos Que teimas em não erguer. Preferes as amarras dos minutos E a silhueta das sombras Da solidão que amas… Mas que não te ama a ti. Contrapõe o medo de viver Ao medo de viver a vida, E o amor que te prende Será da perdição a tua salvação. Porque tudo isto é derradeiro E sabendo que seremos outros No reencontro de outro presente, Faz deste o teu princípio, Mesmo que sintas O fim tão perto

Ressureição

Quando me escolheres, E rolares a pedra Do meu túmulo Espero que meu corpo Não te seja visível. Não me verás nu, Sem a minha mortalha, Serei apenas a luz A caminhar no sentido Da verdadeira eternidade. Escolheste-me por ser rei, Por não querer o trono Da terra pisada pelos homens, E chorada por aqueles Que trazes no ventre. Quiseste-me porque não temo Ser apedrejado pelos que amo, Porque os abraço quando sangro E lhes beijo os pés e mãos Por cada espinho cravado. Quando eu escolher ir contigo É porque terminei a obra, Esculpi e talhei a pedra, E transformei os elementos Na minha filosofia