Eu sou a sombra E a brisa que te aquece, A água que bebes Nos teus dias de verão. Eu sou o caminho Que descobres sozinha descalça e cansada. Sou a paisagem intimista, que pintaste com os olhos verdes dos campos lisos. Sou o deserto que construíste, Grão a grão com a boca De cada vez que me chamaste. Sou a criança, que embalaste nos braços e no baloiço partido do jardim. Sou o mesmo que choraste E fizeste chorar na hora de dormir Quando esperávamos por um amanhã. Sou...o princípio destas linhas. E se as leres serei também O fim de mais este parágrafo.
Se minhas mãos fossem uma caneta, jamais secariam.