Barco contra a maré, o sol à nossa direita, a vela mantêm-se de pé, Horizonte é linha estreita. Os remos trabalham sozinhos, Gaivotas namoram sereias, Que domam golfinhos, A espuma forma teias. Sobrevive-se na crista, Molha-se o pessimismo, é isto um quadro futurista? "Metros a mais do mesmo," A âncora outrora sal fino Conserva o aço frio, Oxida a ondulação sem tino, ai barco resiste com brio. Cada onda é ponte erguida, Montanha azul sem trilho, As estrelas são guarida Escamas de peixe cheias de brilho. Barco se chegares a terra, Descansa de cabeça para ar Imagina que esta espera Aconteceu porque não sabias nadar.
Se minhas mãos fossem uma caneta, jamais secariam.